RODA DE CONVERSA NA UFRGS COM CICERO E PORTUGUES DIA 03/10:

Na roda de conversa que tivemos na data da apresentação do trabalho pudemos fazer algumas considerações. Quem começou a falar foi o Cícero (44 anos e 12 anos morador de rua) e após o português falou. Colocaremos em tópicos os apontamentos feitos e considerações do grupo:

- O movimento começou com a chacina da praça da sé, em que foram assassinadas muitas pessoas em situação de rua. Mais informações no seguinte vídeos: https://www.youtube.com/watch?v=cnL8kJa9WU8 e https://www.youtube.com/watch?v=FUyPfwPHFAc

- No Rio Grande do Sul antes de existir o MNPR existia o movimento aquarela e o movimento recomeçar de novo. Esse último era frequentado por Cícero que informa que as reuniões eram com alimentos e com rodas de conversa na casa de Convivência na João Alfredo. Nesse momento, Cícero salienta que o movimento o transformou muito, pois antigamente possuía muitas atitudes machistas e preconceituosas.

- Há no movimento social uma aproximação com o outro que é diferente, sendo respeitas as especificidades de cada um.

- É salientado que para que se compreenda o que um morador de rua sente e passa a pessoa tem que sofrer e estar no meio. Nesse momento, o grupo debateu para realizar o trabalho sobre a figura do curador ferido, vista no primeiro semestre, que é a pessoa que se propõe a ser curadora ou cuidador e que tenha necessariamente passado pelo processo da dor, do sofrimento e da doença.

- Cicero fala que há um certo preconceito com o tratamento em comunidade terapêutica, pois há casos em que as pessoas sofrem abusos, mas ele optou por esse tratamento, pois sempre que tentava sair das drogas apareciam mais drogas e ele não conseguia diminuir o uso.

- A pessoa que usa drogas acaba por perder o trilho, sendo as lembranças do passado, as perdas, qualquer coisa que acontece motivo para usar mais drogas.

- Em 2010, com o auxílio da apoiadora Veridiana o movimento passou a ser tratado como MNPR. Nesse movimento há articulação com o movimento negro, quilombola, LGBTQI+ e outros.

- No início o pessoal do MNPR não possuía repasse do governo, mas posteriormente eles descobriram que os outros movimentos tinham e foram à luta para conseguir o repasse que foi conseguido.

- Centro POP possui oficinas, aulas, teatros, dança, banho, entre outros. Mais informações: http://www2.portoalegre.rs.gov.br/fasc/default.php?p_secao=116

- É salientado que as mulheres na rua possuem mais dificuldades e acabam tendo um companheiro na rua para proteção.

- Atividades que eles já participaram: teatro os invisíveis, levanta favela, banda de pagode peregrinos do samba, banda ladaia e teatro dentro do centro POP.

- Radio na Rua: parava as pessoas na rua para perguntar o que achavam das pessoas em situação de rua.  Mais informações: http://tvbrasil.ebc.com.br/reporterbrasil/bloco/moradores-de-rua-de-porto-alegre-participam-de-radio-comunitaria-exclusivo-web

- Redução de danos

- Educador social

- Projeto se essa rua fosse minha para tratamento de pessoas em situação de rua com tuberculose. Mais informações: http://tvbrasil.ebc.com.br/reporterbrasil/bloco/moradores-de-rua-de-porto-alegre-participam-de-radio-comunitaria-exclusivo-web

- O MNPR possui apoiadores que são pessoas que não se encontram em situação de rua.

- Cícero e Português salientam da importância da riqueza do movimento, pois há uma diversidade de pessoas e muitos aprendizados.

- Frisam da importância da conversa, que muitas vezes a pessoa em situação de rua não quer o dinheiro da pessoa, mas quer conversar com alguém, pois se sente muito sozinha.

- Uma frase que chamou a atenção foi a seguinte: “a faculdade levou a rua para a faculdade e a rua levou a faculdade para a rua”.


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